Friday, April 06, 2012

O aperto grotesco, doloroso, a dormência sonolenta, os dias que se alongam com a chegada da pele queimada e da vinda de ti. Tenho pesadelos enquanto sonho acordada a vida que se liberta de mim, é preciso ajuda para sorrir o desafecto e o desconsolo. E essa ajuda parte sem nunca se fazer fiel a mim. A melodia abrupta, inconstante, é como os corvos da noite que subsistem à caminhada indiferente das estrelas, da lua e sol. O corpo vai enrijecendo, como a alma que sem ti se cola às margens dos meus medos mais coloridos. Às vezes pastamos em regatos diferentes, mas na nitidez da tua imagem, do cheiro que roça ainda as minhas narinas, no toque que me arrepia os poros, sei que somos feitos para talhar pontes, para o fim de sempre. 

1 comment:

Ricardo said...

tremendo.