- Catarina
o quanto neste precioso momento sei o que faz falta, sei tudo. Só não sei onde estou. Estou presa. Lembro-me do meu padrinho Gu, praí nos meus 6 anos dar-me um livro chamado "A pequena Sereia". Mas não era nada da autoria de Hans Christian Andersen, não. Era autoria de uma loja pequenina, não sei bem onde. Na altura só vinha a lisboa nos Natais. E li aquele livro anos e anos. Tinha a mania de ler alto, e guardava-o todas as noites na prateleira dos meus livros mais preciosos. Era um livro de capa dura e muito fininho. Era daqueles livros que se pode gravar o nosso nome na história para que façamos parte dela. O Gu acertara em cheio. O que eu mais queria era ser protagonista de uma história. Não me lembro de ter tanto cuidado com um livro como tive com aquele. Hoje em dia nem tanto cuidado tenho com o Harry Potter.
Mas estou presa. A história contava que Madalena, a Mafalda, a Maria e o Francisco iam para o algarve com os pais, para uma casa na praia. Madalena era a mais curiosa. Um dia ouvira uma história sobre sereias, contada por um pescador. Nas noites de luar ouvia-se o canto das sereias, e aquele que o seguisse era puxado para o fundo do mar e de lá não saia. Morreria afogado. Nessa mesma noite Madalena ouve as sereias. Mas não ouve nenhum cantar mas sim um choro. Persegue-o no meio das rochas e encontra uma sereia pequenina presa entre duas. "Ajuda-me! Por favor! A maré vai baixar e eu morrerei seca nas rochas." e Madalena não hesitou. Ajudou a pequena sereia. E ela ai concedeu-lhe um desejo. Ser como ela por uma noite. Também eu, à semelhanca da sereia que ajudei quando tinha 6 anos, estou hoje presa entre duas rochas. E também eu posso secar. Também eu preciso de água. Não sei onde pertenco. Mas aqui não pertenco de certeza.
As estórias são eternas.
5 comments:
O sonho pertencente...
aquele momento fluido...
aquele lugar sentido...
galopeia entre os três. corre, desfaz, realiza, insiste, penetra, vive e por fim..
faz com que o momento vido não tenha sido um sonho desfeito naquele lugar realizado pela vida que lhe das.
As vezes, é difiçil partir. O adeus, o voltar breve.. São coisas indiscutiveis que só nós, almas vagabundas, sentimos e tornamos a sentir.
Deixa te ir. Has de encontrar aquele lugar pertencente onde só tu e aquela coisa perfeita que te acompanha o pensamento, podem seguir viagem.
Beijo
a tua "pequena sereia" somos todos nós...........todos passamos pelo mesmo: precisamos de ajuda e ajudamos. é a realidade humana, pelo menos enquanto crianças.
continua em frente .......... sonhar é viver
como vês também venho ao teu blog.
parabens pela coragem, eu não tinha blogs quando tinha a tua idade, mas tinha blocos onde escrevia...escrevia , tudo o que sentia. ainda os tenho guardados. a diferença é que eram só meus, mais ninguem os lia . por isso admiro a tua coragem.
um beijão
A mim também me deram um livro desses! Só que a minha história era a d'A Bela e o Monstro... esses livros eram um espectáculo!
Também tive um!! Aladin! hehe... Onde pertences? Não faço a mínima, mas quem me dera saber. E poder dizer-to. Quem não gosta de ajudar os outros (nem que seja para seu bel'prazer) MAs já estou a divagar, e vça Excelência não gosta disso não é? ;) Já sei já sei, o pior dos meus commnets é fugir ao assunto e falar sobre outro qualquer... A português o problema é o mesmo... Bah... gosto de mim assim! (Lá tou eu a divagar) Acho melhor parar por aqui...
O meu também era o da Pequena Sereia...
Post a Comment