Saturday, October 22, 2005

finalmente vejo o céu, o fundo pintado, em cima chove, e eu que não consigo gritar.


this years love - david grey

as nuvens lá fora desenham-se enquanto falo contigo, nessa nossa alma gémea, neste súbtil toque de dor e ambiguidade. é tão mais simples que isso, és meu amigo é isso, mas também não é tão simples assim. Não é o "ir ali ao café", expressão que detesto, até porque nem estás cá para o podermos fazer. É o toque supremo a maneira como entras em mim com toda essa facilidade, até dá comichão no dedo mindinho do pé esquerdo, obrigada pela expressão de borla mafalda. é irritantemente doloroso, daquelas dor que chegam à entranhas, tens tudo o que eu não tenho, mas é tanto do que eu sou. Tens tudo o que eu queria, e demais de mim não te posso dar, por te confrontares com tantos fantasmas. Fantasmas de necessidades, do crescimento e dos medos absurdos e grandes demais para escuridões e nuvens que se deformam e formam memórias. De tanto que temos aqui e aí, e que nunca tivemos cá, irrita-me tudo o que eu escreva ser o que me vai na alma e eu não ter qualquer problema na tentativa de o descrever. provavelmente se às vezes tivesse travões, nao me magoaria tanto, mas ter a permissão equivale a tentativas e inevitavelmente, bem como infelizmente fui eu que as fiz. muralhas erguidas.
bem sei que tá confuso, mas eu sou assim não é verdade?

1 comment:

Pyny said...

Adorei o texto linda;) Ainda para mais sabendo que essa pessoa não sou eu:P