no escuro escrevo.
não é fácil.
porque se tenho em mim toda a destreza do mundo em não te reconhecer, então que poderei precipitar em ti senão o olhar de uma desconhecida? Um olhar desconcertante e vazio de que se invade às vezes a voz do teu sorriso estremecedor e sufocante, sem palavras em temor de te dares demasiado. Antes não tinhas medo de te dar demasiado.
E dás, para depois tirares, ou davas.
Antes dizia-te a minha criança, a minha fé e virtude. Nem sei se ainda te lembras desses episódios, de te guardares em mim. Hoje vejo-te desconhecida, querendo estar emancipada na vida mas que só te torna mais pequena em mim. Não que seja mau, até é mais saudável, mas menos verdadeiro, mais inexistente talvez.
Não há hoje sorriso que me dês, tal como eu não esqueço nenhum que antes me davas todo o santo dia, com toda a tua infantilidade de menina precoce, quando não te importavas de dar toda a tua alegria por ser disso mesmo que te alimentavas.
Eras mais bonita dessa forma, mais tudo.
5 comments:
vais lançando serpentinas coloridas e eu vou descobrindo vozes de sereias longínquas.
Venoi
:(
...
parece.me que para quem uma pessoa ja nao significa muito estás a prende-la muito em ti, e por isso continuas a escrever textos como se fosse obrigação dela, assistir a tua exigencia.
vai em frente, nao batas na mesma tecla, nas mesmas pessoas
ai e a quem deverei tão sincero e inteligente comment acerca da minha vida? hein? mania de ser cobarde bolas!
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