Saturday, January 07, 2006

no escuro escrevo.
não é fácil.
porque se tenho em mim toda a destreza do mundo em não te reconhecer, então que poderei precipitar em ti senão o olhar de uma desconhecida? Um olhar desconcertante e vazio de que se invade às vezes a voz do teu sorriso estremecedor e sufocante, sem palavras em temor de te dares demasiado. Antes não tinhas medo de te dar demasiado.
E dás, para depois tirares, ou davas.
Antes dizia-te a minha criança, a minha fé e virtude. Nem sei se ainda te lembras desses episódios, de te guardares em mim. Hoje vejo-te desconhecida, querendo estar emancipada na vida mas que só te torna mais pequena em mim. Não que seja mau, até é mais saudável, mas menos verdadeiro, mais inexistente talvez.
Não há hoje sorriso que me dês, tal como eu não esqueço nenhum que antes me davas todo o santo dia, com toda a tua infantilidade de menina precoce, quando não te importavas de dar toda a tua alegria por ser disso mesmo que te alimentavas.
Eras mais bonita dessa forma, mais tudo.

5 comments:

Anonymous said...

vais lançando serpentinas coloridas e eu vou descobrindo vozes de sereias longínquas.

Venoi

Pyny said...

:(

tin tin said...

...

Anonymous said...

parece.me que para quem uma pessoa ja nao significa muito estás a prende-la muito em ti, e por isso continuas a escrever textos como se fosse obrigação dela, assistir a tua exigencia.
vai em frente, nao batas na mesma tecla, nas mesmas pessoas

Cho said...

ai e a quem deverei tão sincero e inteligente comment acerca da minha vida? hein? mania de ser cobarde bolas!