Tuesday, January 17, 2006

no verão que vem

Já é triste e mau saber que vou ter de aprender a saber viver sem vocês, quanto mais arrepiante é aprendê-lo de facto.
E tenho tentado, mas só consigo manter-me mais perto, mais debaixo de vocês.
Vai ser estranho no entanto aprender a viver sem esta rotina, tão cansativa e lenta. E aprender a só imaginar-me aqui com vocês, entre imagens que coleciono e memórias que nunca perdi. Mas também não é tão lenta assim.
E é já amanhã.
No entanto há coisas de que ainda não me acustumei. Não tomei ganho e sinceramente não quero tomar. Não há um só dia em que não pense que há ainda tanto a preparar e nem sei como vai ser fazer a mala e ir uma última vez à ericeira antes de me despedir.
Mas depois também não é tanto tempo assim, mas é tempo.
E tempo que é tempo, ou se merece ganhá-lo ou não serve de nada. Porque o que me interessa é perder este aperto que tenho, tantos medos que só confio a Ele e que Ele guarda sem cessar. Se um ano me desapertar a gravata que não cresce comigo, e que me degola e me faz tremer, então tenho de ir. Se eu pensar que se assim continuar talvez depois não consigo mais respirar.
Não quero pensar no futuro porém, e é também o que mais preciso.
Já não estou a fugir faz tempo. Só não sei como o vou conseguir sabem, e nunca tive tanto medo em toda a minha vida, assim. A casa é pequena não vai ficar tão mais vazia assim Mary.

2 comments:

Mary said...

A casa não.
Mas o coração sim.
Gosto de ti M.
Aqui ou ali. Sempre.
No coração. Prometo.

Anonymous said...

"Não há longe nem distância" escreveu um escritor.
E eu sei que o teu coração e o da Maria são imensos.

Venoi