Sinto-me em graça de poder ter amigos assim no meio de mim.
Amigos que me sabem dar uma mãozinha que nunca é demais, que não torna dependência.
Porque descobri à custa do meu passeio até quase, quase à Vela Latina que já não dependo de ninguém. Antes dependia de inúmeras almas que não me diziam suas mas limitavam-se a dar-me a mão e a puxar-me para seus caminhos sem poder de adição de uma controversa argumentação. Eu que tanto argumentava não me conseguia fazer ouvir, houvera quem conseguisse gritar acima do meu tom de voz. E eu encolhia as orelhas.
"Quando um burro fala os outros baixam as orelhas."
E agora é bom ver que já não dependo assim do bem estar, da alegria ou da fúria acerca de mim de pessoas que se se mantiveram a meu lado acabaram por me deixar. Hoje não acredito em dependências saudáveis, antes sim acreditava, antes assim não acreditando.
Não é que não seja bom darmo-nos um bocadinho mais que seja, sem termos o medo, o temor de sermos despojados. Nunca temos de ser posse de ninguém, nunca ninguém tem de nos dizer seu, só se quisermos, se acharmos piada, se permitirmos. Porque eu só pertenco aos meus pais e às minhas irmãs, e são eles quem me dão todo o poder de escolha, não é hilariante?
Ainda assim consigo ver para trás desse conjunto de grades, de redes, de caixas onde nos custumávamos guardar. Nunca mais as abri, também é estranho. E deixei-me rapidamente de guardar papelinhos de tudo, mania tua. Às vezes ainda o faço inconscientemente.
Hoje parei para pensei o quão triste é esta situação. De largarmos tudo a perder.
Mas quando nos lembramos que nem sorrisos jamais se ofereceram outra vez, são cobrados, conseguimos perceber que sim desta vez é uma questão de conformismo, e é isso, o sentir-me assim tão erguida e forte que me faz seguir a minha vida. Tu podes escolher o que queres, e eu hilariante à tua semelhança também posso. E era isso que eu não estava a perceber.
E depois tenho aquelas mãos que não me largam nunca, mas que não tornam dependência. Porque me aceitam como sou, com a minha fé, com a minha vida, com os meus sorrisos e caras feias. E também com a minha enorme necessidade de esta presa a coisas pequeninas e escuras, e de escrever coisas assim mais tristes, mas que não é por isso que sejam menos felizes também.
11 comments:
sinto o mesmo, exctamente o mesmo. engraçado, tb tive um passeio desses com uma grande amiga minha. inesperado e marcante, da calçada da estrela até as docas, sempre a andar. as vezes e isto q torna as amizades especiais.
beijao
Apenas para te deixar um silêncio.
Venoi
Gosto de ti M.
Eu vou ser para sempre essas mãos.
Um bj
Ainda tenho o sapato, alias ainda te tenho dentro de mim!e todos os dias olho para ele, todos os santos dias dou pequenas gargalhadas, porque? porque apesar de estar longe(nao tao longe assim, mas longe) ainda hoje me lembro de todos os nossos atrufios, dos momentos em que nos sentavamos nas escadas e num segundo olhavamos uma pa outra (alguem se aproximava)e rapidamente nos riamos!quem seria?:P
Enfim...coisas que ficaram!sabes quem sou, sabes onde estou e sabes que existira sempre uma porta aberta para ti!
E depois existem sempre aquelas mãos que nem sabemos que lá estão...não é mananena?
Anyway, parece-me que as meninas tavares estão de facto em muito boas mãos. Beijo
Mananena a só uma a minha e mais nenhuma.
Concordo com tudo o que foi dito! (lol, peço desculpa mas aptecia-me atrofiar! Achei que era uma frase que ficava bem em qualquer situação, mas pelos vistos enganei-me! Não me contrdigam!
Nunca mais baixes as orelhas.Não és burra, nem nunca hás-de ser.
Beijão
ciumento
Aconselho-te vivamente a leitura do Pricipezinho, para que percebas que a amizade é um deixar-se cativar (ou seja, fazer-se cativo) de um outro.
já li, amei
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