Friday, April 28, 2006

27.04.2006


não; o sol poisa lá fora, faz derreter lentamente o ar que o alcatrão exala e faz-me explodir no regaço, aqui no refresco de um inverno que foi entalado em quatro paredes nuas, pregadas, vazias.
o sol está lá, eu estou aqui.
o frio parece perdurar ao cheiro do verão que nos exagera os olhares, as mangas e o destilar antes de tempo, pois às 9 horas já perdemos toda a noção que a primavera ainda é jovem. Ainda agora as árvores se vestiram e já querem mergulhos de pranchas a nove metros do chão que escalda!
tempo de quem não espera, não quer saborear o inicio da liberdade, o sumo da inconstância; querem o ar quente e o sol a tornar-nos cor de bronze, a oxidar-nos. Querem os dias cheios sem se importarem com a distância que alcançam, pois é mais bonita a acção constante que o tempo a afogar-se num pôr-do-sol infinito, que não tem pressa de fazer nascer as estrelas. Não, não querem o infinito, querem o caro, tudo de uma vez.
Eu só quero mais tempo, mais luz, calor decerto, mas vida também.

1 comment:

Mary said...

O sol está onde tu estás.. É.. o Verão..