Sunday, May 14, 2006

longas asas em mente assim-assim



Agora as pessoas deram para isto; olhar para mim como se me procurassem perpetuar no tempo, ou tornar-me imortal pelo menos para si, eterna. Batem no medo do esquecimento, não porque o temem mas porque são iguaizinhas a mim, temem a mudança mais que tudo, e não se submetem a ela como eu me submeto à sensação de descobrir algo, mesmo que isso provenha da mudança. Olham para mim, e eu tento descobrir porquê. “Porque olhas assim para mim?” passando por vezes pela criança que me faço pintar, as pessoas pensam que o eu ir é um martírio, que me estou a meter onde não devo porque me vai custar sobrevoar todas essas “tentativas de suicídio” - "Por nada", e sorriem como se eu não percebesse.
Não meus senhores, aquando me libertar, talvez se eu não partir agora, não saberei sair da minha gaiola; prefiro assim.

2 comments:

s said...

Não.. desculpa, mas a razão porque olho para ti e tenho medo da mudança e porque preferia que não fosses para os EUA não é o facto de achar que não conseguirás ou de achar que estás a escolher um caminho errado. É a dificuldade que sera para MIM estar lonje de ti um ano.

Catharina said...

Talvez a razão porque que olham para ti diferentemente não é pela tua nova escolha, não é pelo teu novo pensar, nem pelo medo do teu (impossivel) caminho errado. É pelo receio do teu novo regresso, pela preocupação do estares bem ou não, pelo gostar(em) demasiado de ti e ter(em) medo da tua distancia. O contacto. Depois prometem-se cartas, envelopes, telefonemas e talvez mais tarde fotografias. Depois quando tudo se torna mais calmo devido à ausencia antecipada pela saudade, num passeio encontra(m)-se com aquele cheiro que nos distingue por passagem. E depois tornamo-nos egoistas. Quer(em)-te de volta e anceia(m) pelo teu pisar nesta "terra tão bonita". Então o nosso fechar de olhos antes de a madrugada se pôr fixa-se no passar do tempo. E passa, e muda, e tornam-se diferentes, e tu passas a ser um sonho antecipado. Entretanto vai(s) ao correio. Uma carta. Não... um sinal. Chegas-te. Mas serás tu realmente? E indiscretamente voltas para casa como se nada tivesse acontecido. E eras mesmo tu. "... talvez se eu não partir agora, não saberei sair da minha gaiola; prefiro assim."
Sabemo-nos de cor cho. Tu, eu, a vida. Havemos de voltar, porque (não agora) deu-nos para isto.
Vai por mim..