Era tão bonito estar longe. Quando estava longe, as pessoas escreviam-me como se fosse a última vez. Escrevia com a infinitude de um coração nas mãos e com a alma alagada em saudade. Ainda me lembro como era tão bom, mesmo que breve e quase nunca, receber essas cartas quando estava longe. Ou simples entregas em mensagens instantâneas, ou em diários que eu sabia ler. Houve alguém que me mandou um livro, que alargou a sensação, outros cartas que traziam escondidos, cheiros de quem escrevia. Mas pareciam escrever como se eu não voltasse. E eu lia-me amada, eu lia-me bonita, eu lia-me um coração poderoso. Eu lia-me pequenina com um grande coração.
Agora voltei, e o vazio na escrita voltou. Voltei a ser imortal. E agora vejo a aberração no viver para sempre. Houve ainda olhares quentes, sorridentes quando me pus de volta. Depois perderam-se na rotina de me ter perto, de volta. Tornei-me banal, com uma história curta, e o ter estado longe só se mantém hoje em mim. Todos o esqueceram.
Foi tarde que me consegui habituar. Porque trazer esta distância toda dos meus amigos, me agonia os sentidos. Mas sentir está em mim.
3 comments:
A tua reencontrada imortalidade é o que permite que vivas para sempre em mim.. mesmo quando é a minha vez de me ir embora.
revejo me nalgumas coisas. e percebo o que dizes. beijinhos
There’s no empty…
Nunca serás banal, nunca o questiones nem jamais o penses...to me you always be a mortal person.
Sei que tudo o que tenho são palavras, tenho pena que seja mais do que isso que precises, se mais pudesse dar, o daria… fico-me, porém pelas palavras…
“Did you know a pen is stronger than a knife?”
D.M - um daqueles que viu no festival…
Be strong…do enjoy…do feel…
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