Thursday, October 02, 2008

E será que agarro as coisas porque elas são assim, tão puramente bonitas, tão límpidas, supremas? Há o fôlego que magoa, expectante. Há a pressa de querer absorver sempre mais, melhor, em crescendo, em tirania. E ainda falámos de medos, do coração humano, de escuridão e profundezas, e eu cresço assim mais, mais depressa, e sem ganhar nada o coração vai latejando de vida. E dói porque quando encontro coisas bonitas, apaixono-me logo sem pensar. Mas há sempre um pensamento que surge e me trás a tempestade, que turva o olhar e entristece a alma. E continuo tão sozinha como antes. Ao mesmo tempo que me doem os ossos, porque recuo sempre? Porquê o aceno da loucura, porquê a dúvida soprada na pele? Porquê o tempo passar sem me levar com ele, só levando a alma que vai pesando de vivências suspensas, de abandonos, de lutas e perdições. E os meus pés que vão conhecendo que não sou eterna, latejam de destroços, sonhos construídos, considerações sublinhadas, rabiscadas, sofridas. E o meu corpo apaga-se com a corrente, da solidão e do caos em nós.


"Well I've been afraid of changing, 'cause I've built my life around you. But times makes you bolder, even children get older and I'm getting older too. Yes I am getting older too.."

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