Já não sei se sinto falta de dedos entrelaçados nos meus, se dos teus dedos entrelaçados nos meus. É querer-me segura, explosivamente liberta, sem medo de dar tudo o que sei poder dar; que nem limites tem. É este arrasto tardio, esta insufiência derretida, uma espera incontrolada que nem nunca cessou. É a desilusão prematura, nem sei bem se do que dei se do que neguei. A falta do peso escuro da paixão, a ausência daquele á-vontade. O saber que o sol se vai pôr sem eu me poder despedir, ou asseverar comportamentos de entrega. Afinal é só uma alegoria. Já nem sei mais que dedilhar, se dedilhar. Mas sinto a necessidade de me perder, sem me encontrar, de alguém o fazer. De me deixar assim, a fluir em energias descontroladas, em perdas de controlo, em gargalhadas aterrorizadas. Não sei porque é tão sensato fingir que nada se sente; é ridículo tentar omitir que sinto demasiado. A verdade é que me sinto aterrorizada, pequena, seja na tua felicidade, como no teu silêncio. Atraída, retraída, serena, capaz de brincar com o mundo, e encontrar luz na tua escuridão. Não sei se consegui entrar em ti aos tropeções, mas sei que pelo menos te fiz pensar que poderás sempre alcançar algo maior, mais puro. Não vale a pena viver em mentira, em dizer aos outros o que de momentâneo eles traçam valor, mas que dentro de nós tu sabes que não tem.
a raiz, a pulsação, o ofegar, o abraço. são eternidades que podemos viver.
2 comments:
O que é eterno sempre dura. Mais não seja nos nossos corações..
Amote*
fico sempre de sorriso estampado com as palavras que deixas... simply special...babe!
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