Friday, April 17, 2009

por favor,

dá-me palavras mais ternas, mais cuidadas; com sabor aos gestos que me dás quando estás perto de mim. As palavras são tudo o que podemos guardar hoje, tudo o resto não podemos, quereremos sequer? Pergunta feia, inóspita. Claro que quero, anseio tudo o que os teus gestos, o teu olhar, a tua mão me prometeram, sem nunca pensarem que eu cobraria. E nem o posso fazer. Escrevo palavras forradas a lembrança, repletas de uma total fotografia que tenho tua. Óculos postos, olhos ainda assim semicerrados. Uma conversa nossa livre, espontânea, eufórica de descoberta. Descobri-me também em ti, acreditas?

Mas se me queres ser alguma coisa, dá apreço a estas palavras, revoltando apenas ternura. Sê mais sincero, mais apaziguante, mais sereno. O ritmo das tuas palavras não tem de acompanhar o batimento do teu coração. Ou então não sejas nada; que é somente aquilo que podes ser. Por isso digo; tudo o que se sucede nada tem a ver connosco. Por favor, dá-me palavras mais ternas, ou guarda silêncio.

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