
Quero tanto ir para a Ericeira. Aquecer a casa e pô-la a cheirar a lenha. Limpa-la para no dia de Natal estar a brilhar. Ficar na expectativa com os presentes, mas mostrar que já cresci e que não conto afincamente as horas para a meia-noite ou fico a noite toda acordada a espera de provar que o Pai Natal existe. Agora percebo que Natal não é presentes. Passar toda a noite á "luta" com o meu pai na brincadeira, a rir-me com a minha mãe e a falar sobre tudo com as minhas irmãs. Esquecer tudo por momentos por estar ali, onde pertenco com a minha família no conforto de uma casa quentinha pelas chamas da lareira, ali na casa, na minha casa. Saudades de ver a mesa quase a ceder com o peso da comida de natal, coisas óptimas feitas pela minha mãe. Arranjar tudo, para a nossa própria família estar feliz onde é de facto a nossa casa. Tou farta das correrias desta cidade, do frio constante e de não poder pensar que tenho o quentinho à minha espera. Normalmente quando chego a casa ela está escura e gelada. Olho para a janela e é tudo cinzento e sombrio. Na ericeira não, por mais frio que esteja, olho para o mar e nele há sempre o reflexo de um raio de sol que conseguiu penetrar pelas nuvens carregadas de chuva. Lá é tudo tão bonito.

2 comments:
Já reparas-te que a tua tristeza diária se alimenta do espaço mais alegre que tens guardado no teu ser?O cantinho aconchegante que envolve todo o teu mundo a que alguém um dia decidiu chamar de Ericeira?
Não é fácil mas tenta aquecer-te no calor das pessoas que te rodeiam, na chama do aquecedor de tua casa ou no bater do teu coração indiferentemente do local onde te encontras.
Todos nós temos locais nossos, onde encaixamos que nem lapas nas rochas, mas a felicidade tem que depender mais das nossas pessoas do que do espaço físico onde a nossa mente se insere.
Verdade Jair, mas penso que a "Ericeira", que a autora do post tanto menciona, não é só o lugar, a praia, a casa. Na Ericeira está tudo. Estão os sítios, as pessoas, os momentos.
Digo eu.
I.
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