Sunday, January 30, 2005

Francisco José Viegas

Regresso por outro rio








se regressar, será aos teus olhos que regresso
os acasos ardem nos lábios dos amieiros que na margem do rio
aguardam que regresse. a isso regresso, buscando
coicidências e nomes, razões. afasto-me
provavelmente de ti, embora secretamente.

é por isso estranho a forma como os acasos ardem
para sempre. a outro rio e sob outras sombras
regresso, devagar para não ferir o que antes amei
e por quem morri muitas vezes. agora de novo morro

e por outro rio regresso até ao lugar onde elas, as aves,
nascem para não desaparecerem. e isso é como permanecer.

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