O dia não se faz tão tarde assim, e já o escuro da noite afoga as portadas em saudade.
Hoje o sol pouco bateu nesta calçada que nada tem de portuguesa, neste chão de batalhas e de lutas que não são nem nunca serão minhas. A minha guerra é o poderio de uma baixa, de um bairro alto, de amoreiras e amores, de estrela e as nuvens que baptizam um inverno sem mim.
A escola pareceu-me diferente, como relatei a Jenna, amiga que em tantas manias e precocidadades me faz lembrar de ti, Maria. As portas que rodeiam a escola estavam todas trancadas, como sempre estão a partir das oito da manhã em ponto, mas senti lá dentro, trancada, uma liberdade como há quatro meses não sinto; e desatei a sorrir perante todas as presenças americanas que fazem parte dos corredores por que passo todos os dias, enquanto batia em simultâneo com o compasso dos segundos, uma saudade de tudo o que ficou.
Sinto isto todos os dias, mas hoje a liberdade dentro de uma escola que porta milhares de alunos fez-me soletrar uma presença de não-cerimónia. Não que tenha conseguido finalmente descodificar estes códigos que me impus a mim própria e que agora não sei como evitar a ignorância. Mas é este cansaço que glorifica os meus dias e que hoje me fez sorrir realmente por dentro. Falei mais hoje. Senti mais hoje. Senti.
E os seis meses que faltam vou sentir, e assim desaprender a viver ainda mais sem vocês. Porque é isso que quero fazer para o resto da minha vida.
5 comments:
Gosto de te fazer lembrar de mim, mesmo desse lado do mundo. Por aqui tudo me faz lembrar de ti, mais não seja a falta de um permume qualquer à saida de um elevador e entrada num aeroporto de anseadades. Gosto tanto de ti M, tanto tanto. E sorri. Sorri sempre. :D
Não tenho palavras para descrever o que sinto quando te leio! Ainda para mais quando são palavras não de conformismo mas de alegria! Um óptimo Natal madalena. ;)
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
postei como anonymous sem querer lol
Um beijo grande Madalena
Bom Natal!
Estamos á espera
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