Sei que me lêm, algumas pessoas. Nem sei bem quem. Outras pessoas sei que me leram uma ou outra vez e pouco souberam como me sobrevivo nestes meus pesadelos que vivo sem cessar enquanto estou acordada.
Mas sou uma exagerada, não sei controlar a minha escrita. Sou assim e só assim.
Sei coisas hoje, que estupidamente não sabia ontem. Coisas que me marcam a cara de um pasmo adulto que me mata a criança que me é eterna.
Não consigo sentir as coisas todas do mundo, só as soltas, as dificeis. Ou as simples, que são para mim aquelas que me afectam mais a minha existência.
Tudo o que é exterior a mim, é exterior. Nada mais que isso.
Não sei que pensar. Sei que onde estou, falta-me conforto. Falta-me segurança, toda a novidade que desde o princípio me assustou de morte, não mudou, continua temida por mim em altas horas da noite, onde não sinto nada, não sonho nada, não sou nada. É estranho, tão longe de casa ainda não ter acordado, em já quatro meses feitos, nunca a meio da noite. Em casa, acordava bastantes vezes. Por vezes daqueles acordares que duram a noite toda. Aqueles que só se tornam adormeceres na segurança do sol das cinco da tarde, no sofá da sala.
O coração martela, enquanto a memória processa imagens, sentimentos, cores, sons de tudo o que deixei.
Guardo uma certeza: quando voltar vou viver tanto, com tanta intesidade Lisboa, Portugal, a minha vida portuguesa e tudo o que amo, que se vai cansar de mim, desta pequenez, e deste amor à vida e a tudo o que sou.
Estive a ler pessoa.
Aqui no meu recanto é onde me relaciono, depois dos vazios e do vento começar a uivar um Inverno que já se contesta grande, longo demais.
Quando não escrevo é porque não sinto, já ele me disse nos seus terrores, que nem sei se são terrores, pelo menos dele. Se não sei o que escrever, não sei o que sentir.
E é isso, só isso que demarca o meu tempo agora. A agonia de querer sentir mesmo que já sinta uma exaustão demoníaca. Porque depois disso só vejo o vazio, ou o tudo, observo. Tento ser creativa, escrever o que nunca escrevi, sentir até o que nunca sonhei sentir, mas o cansaço de trazer esta pele é demasiado. A vida dói-me e sou feliz. Há jamais cansaço maior que esse?
Pessoa traz-me este espírito de estar perdida, no entanto sei que foi de uma sabedoria enorme tê-lo trazido comigo.
Não há sonhos que cheguem para calar a chama de querer descansar só um pouco mais. Um pouco.
E nada muda; e culpo-te Pessoa.
Nestes meus anos de crescimento sinto que não cresci, que continuo criança. Entre as dores de dentes que me marcam já as têmporas há cerca de dois meses, e esta dor que nada mais é que cansaço, as horas passam e sei-me mais mortal que ontem. Começo então a relembrar a minha infância e a querer vivê-la assim outra vez. Desato a pensar, a alimentar a certeza de que tenho crescido num cenário magnífico de amor perante a minha família, e é uma certeza que fica por sentir que isso ninguém me pode tirar.
Já foi, e lá fica. E ao ser bom recordar é bom viver ao sabê-lo verdade. Não sei se vivo, se respiro, se o quê. Sinto que dói, ou pelo menos sinto cansaço ou tudo isso, sinto podridão, se a palavra quer de facto dizer o que de facto sinto.
O frio faz destas coisas, ou a saudade. E o tempo passa, e corre, e foge de mim. E eu nesta minha solidão aceito que morro, que perco, que vou vivendo, que me conformo, que sou frágil e cobarde, que não evito sentir falta e que só quero um verão longe daqui, onde possa enfim descansar.
7 comments:
tou a gostar da postagem assidua!!
beijo grande
;)
Sim.. vem descamsar ao pé de mim.
E este verão que teima em não chegar vai ser todo para ti Mê! Todo para ti.
E tenho saudades.. Muitas muitas.
E trgo.te sempre comingo.
E curto de ti M.
Aqui ou ai. Sempre.
No coração. Prometo.
Também o tejo já me perguntou por ti... Eu faço-o todos os dias, porque te sinto aqui tão perto mas tão, tão longe que me foge o abraço. Eu e ele esperamos, de lágrimas odiosas.
Hold on.
Dizem que as fadas são tão pequenas que só têm capacidade de sentir uma emoção de cada vez.. e que quando nos desleixamos da nossa criança interior e garantimos (em voz alta) que não existem.. morrem. I do believe in fairies, i do, i do. Volta para casa depressa my sweetest fairy, life has a little less colour everyday your gone.. with evey tear you weep and every secret you keep.
N tive tempo para ler, mas fiquei muito contente de saber q tens escrito, nunca mais tinha vindo ca desde que foste para os States achva q ias deixar de sescrever, quando tiver tempo irei ler oq tens escrito. bjs meus
estive contigo nos campos afs mas acho que nunca falamos muito. ja nao me lembro de como vim parar aos teus blogs (hi5?).
a 2a parte do que escreveste. estou do outro lado do mundo e, porra!, se tu nao escreveste exactamente aquilo que eu nao consigo.
beijinho Rita
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