Há dias assim em que parece que tudo se cala. Que não há gargalhadas nem soluços, risos nem choros. Nada. Não há telefonemas nem cartas em que a voz de quem escreveu parece que nos grita aos ouvidos o que lá vem escrito; nem o barulho do abraço fechado ou do beijo que se dá na bochecha. E esses dias colam-se à pele como suor que arrepia, e dói nos confins do barulho que seja dia e que o sol vá alto até derreter. Barulho é de dia. Se há silêncio enquanto o dia se abre, e abre, e abre, então os olhos doem. Porque noite é silêncio, e se o silêncio vem de dia, de noite vem o barulho dos piores pesadelos que posso ter.
1 comment:
Mas eu não me vou calar...
nem hoje nem de dia nem de noite.
Sou voz presente.
Post a Comment