Thursday, January 15, 2009

O peso no peito de ontem não cessou com as dez horas dormidas. Encontrar o oposto do que se procura, naquela procura tão incessante, tão intensa, é como levar um grito depois de três dias sem dormir. Choca, endurece, rouba a alma aos tropeções e só deixa querer gritar de volta. O grito que aflora, mas fica mudo. Não só doi, como arde, como explode sem permissão, canta-se e desmancha tudo o que foi construído em ensaios e anseios.

Como te disse, foi uma decisão minha. E nem que o contrário aconteça, nem que caias por mim, eu sei que não és o que procuro. Eu gostava de ter um Lucas, "I want it all, I want you", e que me olhasse como a Peyton, e me pusesse a mão no sítio onde guardo o coração, "I want to be here". Que haja livros, que haja movimento, que haja luta constante do que sentir. Não que hajam palavras feias que matar os sonhos de outra, porque eu sou outra que se guarda para ti e outra em que nem notas, mas sabes.

Não pedi que fosse ouvido, apenas sincero. Se fosse o que eu esperava talvez nem eu aguentasse. Nem te pedi para mim, gostava de portar o que existia, mas agora é tudo maligno. Agora tenho a certeza que não és o que procuro. Tenho. E por detrás de todo o vazio que existe, eu sei que chegará um dia em eu ao ler segundos depois oiça, "I love to watch you read".

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