Thursday, September 08, 2011

A paixão por algo fictício é surreal. Aos poucos e poucos no calor que aperta a garganta começa também a crescer uma certa sensibilidade gasta e rude. Sentir que algo morre é drástico, seja na realidade nossa ou na de outros. Não falo no sentido literário ou cinemático, ou narrativo da ficção. Falo na parte intríseca, da sua totalidade como perda. Saber que essa perda não só me pertence a mim, mas ao mundo todo, mesmo quando há quase certeza de que a minha doerá sempre mais. E pesa como perder alguém, um familiar, um amigo. Escrevo agora com a secura exacta da dor. O saudosismo de quando ainda havia tanto para descobrir, mesmo a mais mórbida das impossibilidades. E a beleza do fictício é o quanto de real ele tem em cada alma, em cada selvajaria, em cada magia. Como diria Albus, aqueles que nos amam, nunca nos abandonam realmente. Incessante esta farta implenitude, este desagrado em entender o porquê. O porquê de sentir o cessar de algo fictício como a morte de um ente querido. Tão real, tão triste, tão só.

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