Saturday, December 15, 2018

Sou se não planícies nunca áridas. Por dentro de mim um deserto de oceanos arde num lago de fogo. Já não sei se sei quem sou, ou se apenas nunca soube. Só sei que passados 15 anos de escrita continuo só. O meu coração esmagado, carcaça de dor, em palmas rudes que não o souberam ler. E dedilho ainda entrega porque não sei ser se não isso. Feita disso. Nua é tudo o que sei ser. Nua é o que sou. E nua fujo a sete-pés dos mares que me atraiçoam e nunca me deixam sequer afogar a mágoa de ser quem sou. Despida, triste, dada; para sempre dada. Sempre perdida, sempre achada. 

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