Saturday, November 18, 2006

cry me a river

Não lhe perguntei, mas não precisei porque ela prontamente me disse que sentia falta mesmo daquelas coisas que custumava nem sequer gostar. E eu, como quem é cúmplice de tudo o que sente, sem querer deixar rasto de como estamos assim em mãos dadas de quem está na mesma situação escondi o achar ser mais que isso. Chego aqui a sentir a falta do que custumava doer e que agora, na ausência, nestes blocos vazios, se mantêm longe e em silêncio.
Já me disse, mil e uma vezes, mais vezes que alguém poderia achar aceitável num período tão pequeno de três meses que, e apesar de me ir repetir outra vez, não é uma questão de não encontrar respostas a tudo o que procuramos, ou custumávamos procurar, mas tentar com ou sem conformismo, encontrar conforto em cada slide do que passo, dia-a-dia. Esse, lá vai passando, e eu sem me aperceber olho o dia morrer como quem aceita um pedaço de crescimento em si. E eu, que custumava fazer tudo para que o tempo parasse de correr.
À minha maneira continuo a lutar para imortalizar esta meninice em mim, estas mãos branquinhas de Madalena arrependida, os abismos todos que não sei desenvacilhar em todos os erros que cometi, e que estranhamente não me fizeram arrepender. E Deus sabe que continuo crescer, e sabe como temo a morte, como para mim sempre foi tão difícil aceitá-la.
Lembro-me de há três meses temer o meu inglês; hoje temo nada mais que esta solidão que de portuguesa que é sempre eterna, fala agora todos os dialectos do mundo inteiro.

2 comments:

Pyny said...

Todos os dialectos do mundo inteiro não conseguiriam nunca vencer essa solidão, essa saudade que é só portuguesa! Não vale a pena temeres o que apenas te trará maturidade! Também eu tenho saudades tuas. Saudades dos nossos programas. Saudades das tuas gargalhadas! Por muito que se pense nas saudades que de podem ter, agora é que a falta começa a fazer-se sentir. Cada vez mais. Nunca pensei poder sentir-me tão ligado a ti, tão longe que estás agora. Tantas vezes os meus pensamentos te são dirigidos. Ora nas idas ao cinema, ora em pequenos momentos semanais onde deixaste a tua presença. Um grande beijinho do teu love;)

Mary said...

É mê..
E para mim, para sentir em mim a tua falta, basta acordar, respirar, basta olhar ali da sala para o teu quarto vazio, e a luz apagada.
Mas quem passou 3 meses de tanta coisa longe de nós, vai viver mais os que faltam.
Porque agora sim mê, cada bocadinho vai ser melhor.
Gosto de ti.
Muito muito.
E trago.te sempre comigo. Sempre.