Sunday, December 02, 2007

Ontem celebrei-me. Continua a não ser fácil admitir que tenho tanto que celebrar, como não o foi fácil por entre risos de álcool e mitos gays fazê-lo a mim mesma. A verdade é que pouco acabou por mudar, mas estou tão cansada que sorrio como os heróis o fazem no fim das histórias, quando salvam o reino ou alcançam alguém.
Um sorriso sincero de esforço feito mas abraço alcançado. A diferença é que sei que tão pouco começou e tanto falta para acabar. Não vos tenho comigo, e dou em doida ao imaginar quando vos voltarei a dar a mão, a minha mão, aquela tão branca de madalena. Mesmo que elas já estejam tão mais brancas de se espremerem uma na outra, o sumo da necessidade de estar com vocês.
A rua que vejo lá fora não é a que quero percorrer, a nuvem de fumo no ar gélido de uma noite no calvário resume o bafo que trago e que quero esconder, aquele da saudade de um ar bem mais frio, mas tão mais acolhedor. A casa, que no vira-tempo se vai tornando mais e mais habitável, esconde um desassossego que não sei decifrar, e umas escadas e uma cave levam-me ao teu encontro, dentro de mim, na memória que trago e que não vou esquecer.
Um ringue de patinagem, e juro que me sinto lá neste momento, a sentir a dor e o frio no rabo de cair no gelo, contigo também, meu ser, sorri-me nos lábios, mas os olhos dilatam de tristeza e há glândulas que me fazem quase chorar. Não choro não sei porquê. Sei que vais ser meu, que vais fazer parte de mim até ao fim dos dias. E isso não só parece beleza de contos de fadas, aqueles que nunca acontecem, como é mesmo bonito e vai acontecer. Porque eu te percorro com as palmas das mãos, e abraço-te sempre que estou contigo, e dou-te a mão. Lembraste? Parece que foi ainda quando acordei hoje de manhã. Ainda sinto os teus dedos na palma da minha mão direita, e a percorrerem-me os dedos frios de um quase verão kanseneano. O teu toque quente, a tua alegria de me teres junto de ti, e a minha! A minha selvajaria de querer ficar assim para sempre, contigo e com os outros. Foi uma amizade, e é eterna.

Te extraño muchissimo, aqui. "You are my soul, you are my life", and so are the others.

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