Friday, November 29, 2013

Soturno. Esse é o meu estado de espírito ao realizar que a lividez conduziu talvez à deslocação a um plano crítico. Realizar-se que se perdeu o controlo. O equilíbrio saiu dos eixos e escorre pelas paredes como já a minha falta de paciência. É absurda a falta de controlo já, e a mundana necessidade de me tornar como os outros, principalmente na minha vontade. Este jeito em utilizar sempre os mesmos termos, as mesmas palavras, mostram exactamente no que me tornei. Os Invernos, mesmo que curtos, são o que me faz voltar mais às minhas origens, ou pelo menos sentir falta delas e tentar tornar-me no que fui, já ontem. As minhas unhas arroxeadas pelo frio, o meu pulmão asmático rente e apertado às costelas que rangem, a falta de ar; fazem-me sentir a minha mortalidade. Sinto falta do eu de ontem, e já nem planeio um eu de um amanhã luminoso. Não há luz, não antevejo bonança. Nem sinto já falta do que fui, apenas de sentir o que senti, e de me sentir inalterável, crua, bondosa e rasgada à esperança. Não sou se não já como os outros, e para quem me conhece sabe que julgo não haver fado mais terrível que esse.  

1 comment:

Poeta Prosador said...

Carta (?)
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Silêncio? Recuso-me…

Repetição em traços de mim! Sorri! Faz as suas irmãs sorrir com um sorriso só teu! (faz-te sorrir! Escreve... quase um ano de silêncio?)
Compreendo e desfaço a diferença entre existir e ser: o poema e a poeta em ti! – onde a morte de nós começa no silêncio…
Mas? Mutismo? O desgosto de silêncio! Teu? Porquê?... se as palavras bebem o teu ocidente! sê o seu pôr-do-sol… (what? Oh fuck – maybe it makes sense to someone?…)
Ps: As fotografias apenas se completam com as palavras.

“And love has it's own demands” – deletar ou guardar junto do coração.

Boas viagens em ti.